Por que não haverá debate a 12 na RTP
Explica o responsável de uma das campanhas: «Se o PNR lançar uma provocação racista, ou fica sem resposta ou corremos o risco de ficar sem tempo para mais nada». Por nós, não fica o responsável sem resposta. O PNR, como é óbvio, não lança provocações racistas, mas o José Pinto-Coelho podia muito bem formular algumas perguntas incómodas para o sistema de tachos (vulgo trem de cozinha) que governa em Lisboa. Se fizesse as perguntas certas sobre as finanças da autarquia, lá iam à vida as duas horas de emissão; se inquirisse sobre as verdadeiras razões do encerramento do Museu de Arte Popular, aí o programa duraria o dia inteiro; se pedisse esclarecimentos sobre o aumento da criminalidade violenta na cidade, teríamos debate para uma semana; e se abordasse a corrupção e as alcavalas com que se locupletam vários partidos, responsáveis e outras personalidades, havia maratona televisiva de mês e meio.
De facto, não vale a pena debater a doze. A cinco ou a sete é menos arriscado, com a vantagem de que os participantes já se conhecem uns aos outros de vários campeonatos, saudando-se com salamaleques e palmadinhas nas costas. Lisboa está entregue à bicharada.